quarta-feira, 21 de maio de 2014

Estrada de Benfica


Estrada de Benfica é um arruamento que conecta a periferia de Lisboa, ao seu centro. Começa junto do Jardim Zoológico, em Sete Rios e, termina na rotunda das Portas de Benfica, junto à Amadora. Prefazia o início da Estrada Nacional 249 que, ligava Lisboa a Sintra. Originalmente o seu início era na Praça de Espanha, seguindo pela actual Rua Professor Lima Basto, até à zona do Jardim Zoológico, de onde seguia pelo Calhariz de Benfica até à saída pelas Portas de Benfica. No seu início partilhava o traçado rodoviário, com traçado de eléctricos.Entretanto o troço desde São Sebastião da Pedreira (Praça de Espanha) a Sete Rios foi densamente urbanizado até passar a ter denominação e sinalização própria, desanexando se assim do resto da via. Actualmente esta estrada é, na maioria do seu traçado, reservada a transportes públicos durante o dia, podendo ser usada por todo o trânsito durante a noite, sendo um acesso rodoviário secundário da periferia ao centro de Lisboa.
Entretanto o troço urbano da EN249 foi desclassificado e o seu início passou a localizar-se nas Portas de Benfica, aquando da construção da 2ª Circular.
Portas de Benfica
No século XIX existiam várias entradas para a cidade de Lisboa, mais precisamente 26. As Portas de Benfica eram um posto da guarda fiscal que assinalava o limite fiscal da capital, que terminou em 1892.
As Portas de Benfica foram dos poucos edifícios que sobreviveram à urbanização desenfreada e desorganizada da zona envolvente. Em 1996 estavam quase em ruínas como propriedade do Ministério das Finanças. A 7 de Dezembro de 1996 começaram as obras de recuperação do edifício.

Igreja de Nossa Senhora do Amparo


Antes da existência da actual Igreja de Benfica - ou de Nossa Senhora do Amparo - inaugurada em 1809, existiam duas outras igrejas, situadas sensivelmente no mesmo sítio, constituindo o lugar de culto da Paróquia de Benfica. As obras para a construção da Igreja iniciaram-se em Agosto de 1750, com um projecto do Mestre João Frederico Ludovice, arquitecto do Convento de Mafra. Os donativos para a realização desta obra foram reais e populares. A Igreja de Nossa Senhora do Amparo apresenta uma fachada de três corpos e uma torre. A planta é de uma só nave, possuindo quatro capelas laterais com telas de Pedro Alexandrino. O adro do lado nascente é enobrecido por um belo cruzeiro, que provinha da Igreja velha. O adro do lado poente cedeu parte do seu espaço, a norte e poente, para a construção do Centro Paroquial, entre 1959 e 1964.



Chafariz de Benfica




A construção começou a 17 de Julho de 1788, por ordem da Junta de Águas Livres. A água que chegava aos bicos do chafariz vinha do Aqueduto das Águas Livres, donde se fez um desvio que passa por baixo da linha de caminho-de-ferro para Sintra e atravessa o bairro de Santa Cruz.
O chafariz tem um grande muro, no qual está instalado, virado a nordeste. As duas pequenas portas que possui dão acesso a uma casa de água situada nas traseiras do chafariz. As sobras de água, na época, eram canalizadas para a quinta do desembargador Manuel Inácio de Moura onde serviam para a rega. Mais tarde essas águas passaram a ir directamente para a rede de esgotos. Hoje em dia este chafariz está fora de uso.

Palácio do Beau Séjour

O Palácio do Beau Séjour foi mandado construir pela Viscondessa da Regaleira em 1849, na Quinta Campainhas. Adquirida posteriormente pelo Barão da Glória, sofreu algumas modificações, tendo sido a fachada do Palácio revestida a azulejo e o jardim aumentado. Por sua morte, os seus sobrinhos e herdeiros encetam uma profunda remodelação dos interiores, contratando para a empreender os irmãos Bordalo Pinheiro, Maria Augusta, Rafael e Columbano, e o decorador Francisco Vilaça. 
A Quinta das Campainhas foi legada à família Dias de Almeida, que a vende aos Maristas por volta da década de 70 do século passado. No Palácio funcionaram os serviços administrativos do Colégio. O Palácio e o jardim passam para a posse da Câmara, que os restaura, sendo hoje possível admirar o famoso tecto do Salão Dourado, uma tela pintada por Columbano Bordalo Pinheiro intitulada "O Carnaval de Veneza", o lavatório ornamental de Rafael Bordalo Pinheiro, e o tecto da Galeria de Pintura pintado por Francisco Vilaça, entre outros pormenores decorativos de interesse.
Desde 1992 que neste espaço funciona o Gabinete de Estudos Olisiponense




Bairro Grandella












A fundação e construção do Bairro Grandela está ligada ao desenvolvimento industrial da cidade de Lisboa entre meados do século XIX e as primeiras décadas do século XX, e o consequente crescimento social que daí adveio. Na realidade, o advento da indústria lisboeta fez com que o número de habitantes da capital duplicasse entre 1860 e 1910, embora o tecido urbano não estivesse preparado para receber semelhante número de habitantes. 
Até ao início da centúria de Novecentos, estes novos operários e as suas famílias, vindos maioritariamente do mundo rural, ocuparam casas nobres abandonas e conventos devolutos, terrenos livres e logradouros de prédios nas zonas mais antigas da capital. Esta ocupação, muitas vezes desordenada, que deu origem aos chamados "pátios", originou vários problemas relacionados com a higiene e a saúde pública, aos quais o poder político não soube dar resposta. Desta forma, foram os particulares, nomeadamente os industriais, que tiveram a iniciativa de construir vilas e bairros para que aí se fixassem os seus operários. Foi, pois, neste contexto que Francisco de Almeida Grandela ordenou, em 1902-1904, que se iniciasse a construção da sua fábrica e do respectivo bairro de operário na antiga Quinta dos Loureiros, junto à Estrada de Benfica e à ribeira de Alcântara. O bairro, terminado em 1910, é constituído por um conjunto de 70 habitações, dispostos em dois grandes corpos edificados que formam igual número de quarteirões. Estes corpos dividem-se em dois pisos, nos quais a habitação superior tem acesso directo à rua através de escada com alpendre. Numa outra zona dos quarteirões foram edificadas as moradias unifamiliares, destinadas aos encarregados da fábrica. No topo de cada um destes blocos, foram construídos dois edifícios de grandes proporções, cuja fachada é precedida por escadaria, possuindo pórtico apoiado em seis colunas, com frontão decorado com a insígnia de Francisco Grandela, acompanhada pela divisa "Sempre Por Bom Caminho e Segue". Estes espaços estavam destinados primitivamente à escola primária e à creche dos filhos dos operários da Fábrica Grandela ; actualmente, a creche funciona na antiga escola primária, e o edifício do anterior infantário é agora ocupado pela Biblioteca-Museu República e Resistência. Catarina Oliveira DIDA/IGESPAR, I.P./ Setembro de 2007





Chafariz de Santo António da Convalescença




 A rainha Dona Maria I mandou, por provisão de 12 de Dezembro de 1791, os directores da Real Obra das Águas Livres estudarem as nascentes que pudessem vir a abastecer chafarizes nas estradas da Convalescença e das Laranjeiras. Os moradores da zona já várias vezes tinham pedido à Direcção da Real Obra a construção de chafarizes ou fontes nestes locais. O Chafariz das Laranjeiras foi edificado em menos de três anos após estes estudos, enquanto o Chafariz da Convalescença demorou mais tempo, somente foi concluído em 1817. Era abastecido com água do Aqueduto. O seu encanamento vinha desde São Domingos de Benfica encostado ao muro da Quinta da Senhora Infanta D. Isabel Maria. Este encanamento entupia-se muitas vezes por causa das raízes, por isso a Câmara, em 1849, ordenou a execução de um novo encanamento com 1846 palmos. Custou 18 961$423 réis. Os seus sobejos eram para o Conde de Farrobo, filho do Barão Joaquim Pedro Quintela.  Na sua decoração ostenta as armas reais de D. João VI. Tem um só tanque com duas bicas. 



Convento de Santo António da Convalescença




O Convento de Santo António da Convalescença foi fundado em 1640.Construído no local chamado da Cruz da Pedra, serviu durante muitos anos de hospício a religiosos enfermos que, depois de curados na enfermaria do Convento de Santo António dos Capuchos, ali se recolhiam para convalescerem, sempre assistidos por outros religiosos.
A Igreja do Convento servia também de Panteão da Família Sousa Coutinho, quando, em 1755, foi arrasada pelo Terramoto.Reconstruída após o terramoto, viria a ser demolida já no século XX.


Porta Lateral do Jardim Zoológico