quarta-feira, 27 de março de 2013

Fabrica de Armas / Convento de Santa Clara


«CONVENTO DE SANTA CLARA»
O «CONVENTO DE SANTA CLARA»localizado na parte nordeste de um campo vizinho ao «CONVENTO DE SÃO VICENTE», tendo este Convento acabado por dar ao sítio o nome que ainda hoje conserva: «CAMPO DE SANTA CLARA».
Foram mandados construir (a Igreja e o Convento) por vontade e a expensas de uma viúva rica «D. INÊS FERNANDES», de origem asturiana, (foi casada com «D. VIVALDO PANDULFO» genovês), que em 04.08.1288 obteve licença do «PAPA NICOLAU IV» para a fundação de um Mosteiro dedicado a «SANTA CLARA» e onde se professasse a sua regra.
Em 01.01.1292, já o edifício tinha Abadessa e Vigário, às quais a fundadora fez doação do mesmo.
A 07.09.1294 era lançada a primeira pedra da Igreja, que seria posteriormente reedificada no século XVII, sob o traço do «ARQUITECTO PEDRO NUNES DE TINOCO».
Em 1502, foi este o primeiro Mosteiro português a aceitar a reforma da «REGULAR OBSERVÂNCIA»(  ). Aí se acolheram, em vários tempos, muitas senhoras ilustres, entre as quais a Infanta «D. MARIA», filha do rei «D. MANUEL I», a Infanta «D. ISABEL», viúva do Infante «D. DUARTE», filho do mesmo rei, e a princesa de Castela, «D. JOANA», que aí morreu.
O «CONVENTO DE SANTA CLARA» compunha-se de um excelente claustro; nobre casa de entrada e espaçosos dormitórios, com muitas casas nobres, que religiosas particulares mandavam fazer. Boa cerca, abundante água e com admiráveis acomodações, que sem aperto, recolhiam mais de quinhentas pessoas.
No tempo em que o «CONVENTO» aceitou a reforma e se fez da «REGULAR OBSERVÂNCIA», um sacerdote secular de vida muito exemplar e conhecida virtude, teve um sonho no qual se lhe representava, que via nas praias de BELÉM, uma imagem da «VIRGEM SENHORA» a qual lhe dizia que a levasse ao «MOSTEIRO DE SANTA CLARA», prometendo que por sua intersecção se poupariam muitas almas e que Ela salvaria sempre aquele Mosteiro do terrível mal de contágio. (Trata-se das famigeradas pestes que assolavam Lisboa).
As sucessivas ampliações fizeram do edifício conventual um dos mais vastos de Lisboa.
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Em 1755 o Convento ficou bastante danificado pelo terramoto, tendo a IGREJA sofrido total ruína, ficando só em pé a parede da parte Norte, tendo a do Sul sepultado nas suas ruínas muita gente.
Arruinou-se o coro de cima, que na sua fábrica de excelente talha dourada e pinturas, hoje dele se não conserva memória. Ficaram igualmente arruinados alguns dormitórios e casas, e uma parte do claustro onde estava a capela dedicada à «SENHORA DE BELÉM».
Mas ainda ficou com bastantes acomodações para recolher mais de duzentas pessoas e muitas mais teria se, após o terramoto fosse impedido o furto de telhas e madeiras das casas, que não sofreram ruína. Não faltou quem comentasse: "de que esta foi maior que o próprio terramoto".
Desse tempo, diz-nos também «BAPTISTA DE CASTRO»: "que era um monte de ouro, e na grandeza excedia a todos os de mais Mosteiros da Corte".
Depois de extinto em 1828, o terreno foi rasourado para nele ser edificada pouco depois uma dependência do «ARSENAL REAL DO EXERCITO», a «FUNDIÇÃO DE SANTA CLARA», ou «FÁBRICA DE ARMAS» (cujo espólio deu origem ao "MUSEU DE ARTILHARIA"), com casas anexas e habitações para oficiais. Sabe-se também que foi nesta fábrica que se fundiu a estátua de «D. JOSÉ I», para ser colocada na «PRAÇA DO COMÉRCIO».
Foi convertida no ano de 1927 para «FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS E ARREIOS», actualmente com a designação de «OFICINAS GERAIS DE FARDAMENTO E EQUIPAMENTO -O.G.F.E».
TEXTO RETIRADO DO BLOG Ruas de Lisboa com Alguma História



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