sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Avenida Infante Santo


A Avenida Infante Santo tem inicio na Avenida 24 Julho e termina no Largo da Estrela. A Av. Infante Santo em Lisboa é um excelente exemplo da evolução do urbanismo em Lisboa durante o séc. XX..Tendo sido rasgada da Estrela à Pampulha em várias fases, ao longo da primeira metade do século XX, os edifícios que foram sendo construídos acabaram por permitir uma divisão simbólica da avenida em três zonas perfeitamente distintas e representativas.Numa primeira fase (partindo da Estrela) temos a arquitectura que se praticava até aos anos 40, inclusive: edifícios discretos, com poucos pisos, em quarteirões de estrutura tradicional. Aqui, e um pouco por toda a cidade, independentemente da apreciação estética que possamos fazer, a verdade é que estas zonas funcionam: têm comércio, cafés, movimento, tudo o que uma cidade deve ter. São geralmente as melhores zonas para viver, com melhor qualidade de vida.A segunda fase arquitectónica da Infante Santo corresponde à reacção moderna e internacionalista contra a arquitectura anterior, considerada retrógrada. É desta fase este excelente conjunto arquitectónico, vencedor do prémio Valmor em 1954, da autoria dos arquitectos José Pessoa, Hernâni Guimarães Gandra e João Abel Carneiro de Moura Manta. O conjunto que fica em frente também é interessante.Com os edifícios perpendiculares à via, uma estrutura assente em pilotis, e uma inteligente solução para o acentuado desnível do terreno, resolve-se muito bem a relação entre a avenida e o bairro da Lapa. No entanto, como se verifica em todas as zonas onde está presente, trata-se de uma arquitectura (e urbanismo) que acaba por tornar o espaço público pouco acolhedor, precisamente o contrário do que pretendia.A última parte da avenida, com edifícios construídos nas últimas décadas, representa bem a última fase de arquitectura e urbanismo na cidade de Lisboa: o caos completo. Sem qualquer planeamento, cada promotor compra um terreno e constrói ao seu gosto (normalmente péssimo) e com a maior volumetria que conseguir. A Avenida Infante Santo torna-se assim uma avenida feia e vulgar, que não se distingue de uma qualquer rua do Cacém ou da Reboleira, mesmo que alguns dos seus edifícios pretendam ser “de luxo”, como é o caso do tristemente famoso empreendimento "Infante à Lapa".

Texto retirado do Blog O funcionário cansado   ofuncionariocansado.blogspot.com





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