quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Rua dos Condes /Antigo cinema Condes




Os Condes da Ericeira eram donos da maior parte da zona onde é hoje a Rua dos Condes e que se estende até ao Largo da Anunciada.
Com o terramoto de Lisboa em 1755, grande parte de Lisboa desabou e nem os Palácios resistiram.
Logo no ano seguinte, pensou-se edificar um teatro numa parte do terreno pertencente aos Condes.
O arquitecto italiano Petronio Manzoni encarregou-se do projecto, e foi ali surgindo o chamado Teatro da Rua dos Condes, que começou a funcionar em 1765. Juntamente com o Teatro do Salitre cumpriam a função, se bem que não ostentassem o título, o que só viria a acontecer bastante mais tarde, de Teatro Nacional, uma vez que não existia nenhum digno desse nome. Este edifício - que ficou conhecido por Condes Velho - durou alguns anos, foi demolido e, no mesmo espaço, ergueu-se um outro teatro: o que veio a ser conhecido por Condes Novo e que funcionou entre 1882 e 1951.
 No início dos anos 50 a Castelo Lopes Filmes, proprietária do Cinema Condes, decidiu dar um passo importante na modernização da sala. O antigo Condes inicialmente concebido como teatro já não se enquadrava nas necessidades dos espectadores de cinema, pelo que foi tomada a decisão de construir um novo Condes no lugar do edifício original. Em 1952 foi inaugurado o novo Cinema Condes, com um novo figurino totalmente diferente do seu antecessor. Destacava-se desde logo o grande ecrã panorâmico e as confortáveis cadeiras em estilo poltrona. Ao contrário da maior parte dos grandes cinemas da época a cortina ao invés de abrir de par em par, era composta por folhos dourados que subiam no início do filme. A sala era composta por plateia, 1º e 2º balcão, num total de 892 lugares. Durante os anos 50, 60 e 70 gozou de grande popularidade, mas a perda de espectadores para as salas dos centros comerciais durante os anos 80, levou a que fossem realizadas algumas obras de restauro no início dos anos 90. Foram criadas novas zonas de bares, instalado ar-condicionado na sala, bem como inúmeras melhorias técnicas, tendo sido instalado um novo e mais moderno sistema de projecção e de som. O próprio edifício foi restaurado tanto no interior como no exterior. Estas alterações tiveram o sucesso desejado chamando de volta muito público e durante a primeira metade dos anos 90 o Condes voltou a ter inúmeras sessões esgotadas. Com a crescente desertificação do centro da cidade o Cinema Condes acabaria por ver o seu destino traçado tal como os outros gigantes seus contemporâneos e fechou portas em 1997. Classificado como imóvel de interesse público, escapou à demolição e após vários anos de indecisão quanto ao seu destino acabou por ser convertido em 2003 no Hard Rock Café de Lisboa, e assim se mantém até aos nossos dias, tendo a fachada original sido preservada.










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